Quatro figuras em desajuste; a velha, a noiva, grávida e o homem, arquétipos estes vistos em qualquer cultura mundial. O não real, torna-se realidade aos olhos alheios, essas são uma das características da performace que traz uma singularidade a quem assiste, assim, há uma quebra com a arte estabelecida e segue numa forma experimental. Passando assim pelo sensorial e o cognitivo. O teatro não precisa ser entendido de forma exata, cada espectador estabelece o seu 'entender' como quiser. No fundo, todos sabemos quais são nossas bombas, nós enquanto artistas as dançamos de forma turbulenta e visceral. Como 'seres humanos' nos dói saber que o amor de uma certa forma nos impede de ser o que somos ou o que gostaríamos. Nos fecha em labirintos internos e nos traz a tona o egoísmo do sofrimento só nosso, e assim surge o Ciclo, figuras em total desorientação do que é 'o amor', permeados pelo sofrimento, a mulher singularidade de fertilidade, a busca de ser noiva, esposa e mãe. Mesmo num mundo contemporâneo e das conquistas das mulheres, ainda se tem a idéia de que sem amor, nenhuma mulher é "completa". Assim, ela envelhece, mas não o envelhecimento da carne e sim, a da alma.
O Ciclo nada mais é do que uma intervenção performática, em que o público é aleatório, acidental. Por isso, a performace é uma manifestação singular.
No ano que vem levaremos a intervenção as ruas das cidades e, dialogar com essa arquitetura pré disposta a nos engolir.
Dancemos a nossa bomba!
Continuemos...
Evoé
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